ACIM PRESS

domingo, 25 de novembro de 2012

Lixo eletrônico ainda tem seu descarte de forma errada

Cerca de 50 milhões de toneladas de resíduos eletrônicos são jogadas fora, todos os anos, pela população do mundo, e o descarte desse lixo tecnológico é feito, invariavelmente, de forma errada. Os resíduos eletrônicos já representam 5% de todo o lixo produzido pela humanidade.

O lixo eletrônico, também conhecido como e-lixo, é gerado pelas constantes mudanças tecnológicas dos computadores, celulares e aparelhos eletrônicos.

Toda hora surgem modelos novos, toda hora as pessoas estão trocando os aparelhos. Mas o que fazer com os velhos e ultrapassados?

Quando um equipamento apresenta defeito ou se torna obsoleto – ultrapassado - a tendência é as pessoas simplesmente jogarem fora como qualquer outro lixo, ou seja, no meio ambiente.

O professor Alex Luiz pereira pós-graduado em educação ambiental e parceiro da prefeitura de São Paulo, fala sobre o descarte correto do lixo eletrônico.



O Brasil produz 2,6kg de lixo eletrônico por habitante, o equivalente a menos de 1% da produção mundial de resíduos do mundo, porém, a indústria eletrônica continua em expansão.

Até 2013 espera-se que o número de computadores existentes no país dobre e chegue a 120 milhões de unidades. Deste total, 40% se encontram na forma de eletrodomésticos. Aqui no Brasil são fabricados por ano 10 milhões de computadores, e quase nada está sendo reciclado. Apenas de celulares e as baterias que são fabricadas através de componentes tóxicos, são 150 milhões.

Entrarão no mercado anualmente mais 80 milhões de celulares, mas somente 2% serão descartados de forma correta. Os outros 98% serão simplesmente guardados em casa ou despejados no lixo comum, criando ainda mais impacto ambiental.

O setor industrial aos poucos vem aprendendo a reciclar, principalmente porque o e-lixo pode gerar receita.

José Aparecido, técnico de qualidade e meio ambiente de uma grande empresa no setor industrial plástico explica como a empresa lucra com o descarte.

Jose Aparecido E-Lixo by Inel Almeida

O estado de São Paulo é um dos primeiros do país a se preocupar com a destinação desse lixo especializado.

Em julho de 2009, o governador josé serra sancionou a lei 13.576/09 para estabelecer regras para a reciclagem dos componentes eletroeletrônicos. Essa lei está sendo utilizá-la como modelo para uma lei federal, que ainda não existe.

Nela fica atribuída as empresas a responsabilidade pelos seus produtos durante toda a vida útil do aparelho. Com isso, o usuário terá ainda mais pontos de coleta de equipamentos, poderia cobrar por melhores serviços e a reciclagem ficaria garantida, tornando em longo prazo o produto mais barato para o consumidor final.

Mas desde 1980, com o –boom- dos eletrônicos o mundo todo parece andar preocupado com o assunto.

A convenção de Basiléia foi um tratado internacional firmado em 1989, que tem como objetivo fiscalizar o tráfico de lixo eletrônico no mundo.

Este lixo era enviado principalmente para os países asiáticos, e acabava sendo reciclado por uma mão-de-obra barata e pouco especializada.

A Basel Action Network - BAN - , uma organização sem fins lucrativos que também fiscaliza o fluxo de lixo tóxico no mundo dispõe em seu website, o www.ban.org, fotografias das cidades com o maior número de estações de reciclagem: em Guiyu - China, e Laos, na Nigéria.

Através dessas imagens é possível observar o tamanho do problema da reciclagem de materiais eletroeletrônicos e como a má disposição dos mesmos pode prejudicar o meio ambiente.

Mas o brasileiro está preparado para a reciclagem?

Tirando algumas iniciativas isoladas na educação, o Brasil ainda carece muito campanhas públicas para a conscientização da reciclagem de qualquer lixo.

Muita gente não reciclar por não saber dos perigos.

É o caso de Thiago Mendes – 23 anos - analista de operações financeiras - 23 anos, morador da grande São Paulo.

“Nunca imaginei que esse tipo de lixo podia fazer mal ao meio ambiente e as pessoas”, afirma Thiago.

Como vimos até aqui o caminho da reciclagem é obrigatório para o futuro da humanidade. Não há mais como ficar indiferente a isto.

Todos os setores devem se preocupar, participar e cobrar um dos outros atitudes que permitam construir uma sociedade de consumo consciente. Que saiba trabalhar com descarte e saiba encaminhando esse material para um local adequado.

Se você não conhece um lugar de descarte de lixo eletrônico, procure a prefeitura da sua cidade.

Ela tem o dever de te informar.

sábado, 10 de novembro de 2012

Famílias deixam de ir aos estádios

FAMÍLIA DONZETI - "Em Santos ainda conseguimos
ir juntos ao estádio"
Pais e filhos nos estádios estão cada vez mais raros por conta da violência que vem sendo disseminada pelas torcidas organizadas. Em São Paulo o Ministério Público e os órgãos responsáveis pelos jogos - Policia Militar, Federação Paulista e os Clubes de Massa - têm tomado medidas que não parecem suficientes para dar fim ao problema. Brigas são marcadas pela internet, torcedores emboscados e cada vez mais a violência sai do em torno dos estádios para ganhar outros “ringues” pela cidade.


Desde 1995, após a batalha campal entre a torcida Mancha Verde e a Independente na Supercopa São Paulo de Juniores, que busca-se soluções para violência nos estádios. Hoje presenciamos que uma situação, antes localizada na Capital Paulista, tomou conta de todos os Estádios do Brasil.

O promotor Roberto Senise Lisboa, da Promotoria do Consumidor, já pediu, à Justiça, a extinção de quatro torcidas organizadas suspeitas de participar de brigas e a proibição de torcedores, envolvidos em confrontos, de frequentarem estádios de futebol.

“Na época, em maio de 2012, o pedido foi contra as torcidas organizadas Gaviões da Fiel, do Corinthians, Mancha Alviverde, do Palmeiras, e Fúria Independente e Guerreiros da Tribo, ambas do Guarani, de Campinas. Mas infelizmente não estamos conseguindo avançar”, relata o defensor público.

Muitos jornalistas da imprensa especializada são a favor de banir as torcidas organizadas, como é o caso do comentarista da Jovem Pan e apresentador do Mesa Redonda da TV Gazeta, jornalista Flávio Prado.

“Lugar de marginal é na cadeia. Eles só estão soltos por incompetência da Policia Militar e conivência de políticos e diretores de Clubes. Se um dia os órgãos públicos quiserem acabar com a violência eles acabam”, sentencia o jornalista.

Mas e o verdadeiro torcedor, o real interessado, o que pensa disso?

Ângelo Ambrósio Lorenzo, 38 anos, Administrador de Empresa, pai de dois meninos, 12 e 8 anos, torcedores do Palmeiras, declara fim as idas ao estádio. “Não tenho como colocar a integridade de minha família em risco. Prefiro enfeitar toda a casa e transformá-la em um cantinho do estádio, com amigos palmeirenses e até dos outros times, a correr perigo de levar uma pilhada na cabeça, como aconteceu com um vizinho meu”, declara o torcedor.

Já para o aposentado Luiz Santos Faria, 65 anos, o perigo não está mais dentro dos estádios, e sim fora, no caminho. “Os vândalos sabem que se fizerem algo dentro do estádio a penalidade dada ao Clube será alta, então esses verdadeiros marginais transformam o caminho do estádio em praça de guerra. Em 2008, eu estava com meus netos estacionando o carro e vi uma torcida organizada do Corinthians, uns 30 integrantes, massacrando um torcedor santista só porque este não queria tirar a camiseta do time. Essa covardia me repugnou e resolvi voltar para casa e nunca mais frequentar estádios”, decreta o avô corintiano.

Investigações do DECRADI - Delegacia e Crimes Raciais e Delitos e Intolerância - mostram que os líderes das torcidas usam olheiros para monitorar onde estão os rivais e então planejar ataques. "O criminoso se sente protegido em meio ao seu bando, pela sensação de anonimato. A internet também é bastante usada", explica o coronel da reserva Marcos Marinho de Moura, que desde 2006 tenta organizar um cadastro com os nomes e fotos de todos os membros das torcidas organizadas para a Federação Paulista de Futebol, iniciativa que parece fadada ao esquecimento.

Voto facultativo divide eleitores

O número de brasileiros que apoiam o voto facultativo é cada vez maior. É o que mostra a mobilização popular na internet, onde vários sites colhem assinaturas para o abaixo-assinado contra o voto obrigatório.

Os defensores do voto facultativo se baseiam na última pesquisa Datafolha sobre o assunto, feita em maio de 2010, onde 48% dos entrevistados são favoráveis e 48% são contrários ao voto obrigatório. Na pesquisa anterior, feita em dezembro de 2008, a obrigatoriedade registrava de 53% a favor e 43% contra.

Em outra pesquisa, feita 14 dias após as eleições de 2010, foi diagnosticado um grave problema de memória no eleitor brasileiro. Mais de 30% dos eleitores já não lembravam em que deputado havia votado e 28% não lembravam em qual senador tinha depositado sua confiança.

O Historiador Bruno Isaías da Silva, especializando em História Militar pela Universidade do Sul de Santa Catarina e Instituto de Geografia e História Militar do Brasil IGHMB,acha que, com o fim da Ditadura Militar, o voto obrigatório era uma das formas mais claras de legitimar a Democracia. “O voto obrigatório tinha a função de universalizar o direito do cidadão e o obrigava a participar na vida política-pública brasileira”, diz o Professor.

Para alguns especialistas o voto obrigatório já não tem mais a mesma função de 20 anos, para eles o eleitor amadureceu e o voto facultativo teria mais sentido. O Professor Bruno explica que a sociedade atual está criando um novo olhar sobre a democracia. “A descrença política e a incapacidade de mobilização aumenta o desinteresse político. O eleitor não acha que seu voto possa mudar alguma coisa”, argumenta o pesquisador.

Ele ainda acrescenta que a reforma política deveria ter como principio o voto distrital, que também colocaria o eleitor e o político mais próximos, retirando do voto o peso negativo atual.

Para o Senhor Sebastião Romano, ex-taxista - 76 anos - que já não precisa mais votar, a obrigatoriedade deve continuar: “Só dessa maneira as novas gerações criarão o mesmo hábito que o meu, o de ir as urnas exercer minha cidadania”, argumenta o aposentado. O não votar também pode ser encarado como uma posição consciente, como explica Madger Damião, que prefere justificar a ir às urnas.

O testador de games - 26 anos - morava em Osasco e se mudou para Jandira. “Já poderia ter mudado meu domicílio eleitoral, mas prefiro justificar. Não me sinto representado por esses políticos atuais”, afirma o jovem.

A tentativa, em 2010, da nova reforma eleitoral mudar o voto de obrigatório para facultativo pode ter falhado, mas as mobilizações dos que querem ver seus direitos respeitados, não para.

Os dois principais sites, coletores de assinaturas para o abaixo-assinado contra o voto obrigatório, são: WWW.ABAIXOASSINADO.ORG e WWW.PETICAOPUBLICA.COM.BR.

quarta-feira, 17 de outubro de 2012

Museu do Ipiranga é um dos mais visitados do país


Localizado no bairro do Ipiranga, em São Paulo, o Museu Paulista da USP, mais conhecido como Museu do Ipiranga, é considerado uma das instituições mais visitadas do Brasil. Por ano, mais de 300 mil pessoas visitam o local em busca de exposições relacionadas à formação das sociedades paulista e brasileira.

Inaugurado oficialmente em 1895, o Museu do Ipiranga é o mais antigo museu público de São Paulo. O edifício onde está instalado foi construído entre 1885 e 1890 e projetado pelo arquiteto Tommaso Gaudenzio Bezzi para celebrar a Proclamação da Independência. A sua construção, além de assinalar o local onde teria ocorrido o “grito da independência”, também tinha a intenção de associar a data de 7 de setembro ao regime monárquico e à construção da nação brasileira. A instituição, vinculada à Universidade de São Paulo desde 1963, conta com um acervo de 150 mil itens, abrangendo coleções de objetos, iconografia e documentação impressa e manuscrita.

Foto: Divulgação/Museu do Ipiranga
Museu do Ipiranga recebe mais de 300 mil pessoas por ano.
De acordo com Silvana Martins, assessora de imprensa do museu, as visitas são mais frequentes no primeiro domingo de cada mês. “Nesse dia, as entradas são gratuitas. Além disso, todo primeiro domingo do mês tem também a apresentação do projeto Música no Museu, o que atrai um grande público”, afirma ela.

O paulistano Dom Marques Ribeiro é um dos moradores da cidade que visita frequentemente o local. Para ele, o museu proporciona um mergulho na história do Brasil. “Eu não me canso de ver as exposições, os objetos, e gosto de pensar que foi naquele local que Dom Pedro I proclamou a independência do Brasil. Sempre que posso, vou com meus filhos fazer uma visita, principalmente quando a entrada é gratuita”, declara.

Mesmo sendo um dos museus mais visitados da cidade, alguns cidadãos ainda não conhecem o Museu do Ipiranga. Paulo Biagioni, estudante de design de games, já planeja conhecer o local. “Moro um pouco distante do museu, mas com certeza vou visitá-lo ainda esse ano. É uma obrigação para todo paulistano ter
ido ao menos uma vez até lá”, garante ele.

O Museu do Ipiranga fica no Parque da Independência, em São Paulo. O horário de funcionamento é de terça a domingo, das 9h às 17h. Mais informações no site oficial: www.mp.usp.br .


Aquecimento global não altera índice de garoa em São Paulo

Um estudo recentemente divulgado pelo Instituto de Astronomia, Geofísica e Ciências Atmosféricas da Universidade de São Paulo (IAG-USP) comprova que a cidade de São Paulo não perdeu seu título de “terra da garoa”. Segundo o último boletim emitido recentemente pelo instituto, que apresenta os totais de dias com garoa em cada um dos anos desde 1933, não houve aumento ou diminuição significativa que sustente a tese de que a garoa em São Paulo é cada vez mais rara.

Fonte: IAG-USP
Estudo mostra que índice de garoa não sofreu grandes alterações desde 1933.

De acordo com a Organização Meteorológica Mundial (OMM) e o professor Paulo Marques dos Santos, que trabalhou por muitos anos no IAG-USP, a garoa é um chuvisco muito leve com gotículas bastante finas que não conseguem deixar o solo úmido após atingi-lo. Por esse motivo, o estudo foi feito através de anotações manuais em todas as vezes que o fenômeno ocorreu na cidade, já que não há precipitação o bastante que possa ser medida por aparelhos.

Analisando esses dados, a meteorologista Samantha Martins afirma que a garoa não desapareceu da cidade. Segundo ela, o que ocorre é que as pessoas estão cada vez mais dentro de escritórios e ambientes fechados, e com isso, o tempo exposto ao ar livre diminui, reduzindo, portanto, a chance de percepção do exato momento em que a garoa cai na cidade. “As pessoas dizem que não tem mais garoa, porque elas não percebem mais”, diz Samantha em seu blog.

Foto: Marcella Tamayo
Cada vez mais em ambientes fechados, paulistanos não percebem a queda de garoa na cidade.

Leila Fernandes, que mora em São Paulo há mais de 30 anos na região central, não concorda com o boletim divulgado pela USP. “Quando meus filhos iam à escola, eu tinha sempre que protegê-los da garoa com touca ou guarda-chuva, principalmente no outono. Hoje, é raro ver isso acontecer aqui”, afirma ela.

Para Dom Marques, porteiro de um edifício no bairro da Bela Vista, São Paulo nunca perderá seu título, mesmo que estudos afirmem o contrário. “Isso tudo é papo. A verdade já foi dita na canção de Tonico e Tinoco: como o tempo passa, como o tempo voa, neste meu São Paulo, terra da garoa”, diz.

Praça Roosevelt é reinaugurada após dois anos

Prefeitura reabre, no último sábado do mês a praça que é um dos marcos culturais no centro da cidade.
A reforma que começou em 2010 e custou R$ 55 milhões, visa proporcionar mais segurança e lazer para moradores e visitantes, que agora contam com mais iluminação e uma guarita da guarda civil metropolitana.

Segundo Rafael Ocon, frequentador dos teatros nos arredores, “...a praça ficou bem mais iluminada com a reforma. Antigamente tinha um ambiente de um lugar abandonado, descuidado. Agora, há novas chances de as pessoas frequentarem e conhecerem teatros e bares”


A reforma, além de recuperar a imagem do lugar, teve 260 árvores plantadas, quiosques para floricultura, parques de diversão para as crianças, novas luminárias e banheiros públicos.

Pichação

Apesar de a praça ter ganhado reforço na segurança, a guarita da PM, que estava prevista para ser inaugurada no evento, só deve começar a funcionar no início de dezembro e na noite da inauguração alguns muros foram pichados.

A assessoria de imprensa da secretaria municipal de coordenação das subprefeituras (SMSP-SÉ) minimiza o problema dizendo que “...após os atos de vandalismo, funcionários foram ao local realizar a limpeza. Há também uma equipe fixa de zeladoria, que promove os serviços de varrição, diariamente, e lavagem, quando necessário”

Valorização dos imóveis

Como consequencia da reforma, os aluguéis de espaços também ficaram mais caros, sendo que uma livraria da região já teve que fechar as portas por conta da subida dos preços. Em contrapartida, há algumas companhias de teatro que acreditem que o investimento deva ser recompensado, é o que nos diz a assessoria de imprensa da companhia de teatro Os Satyros “o nosso local já era bem frequentado  antes, mas esperamos que cada vez mais pessoas prestigiem a cultura na cidade”

Além de prestigiar a cultura do local, os frequentadores podem utilizar a área para lazer ou visitando os diversos bares que existem no entorno da praça

Eutanásia Gera Discussão no Brasil e no Mundo

Após morte do Britânico Tony Nicklinson, de 58 anos, que recorreu à Suprema Corte para ser amparado legalmente com suicídio assistido, assunto ganha destaque no Brasil e no Mundo.

Derivada do grego (eu, que significa bem, e thanasia, que significa morte), a expressão tornou-se mais conhecida na perspectiva médica pelo filósofo inglês Francis Bacon, no século XVII, para expressar que "o médico deve acalmar os sofrimentos e as dores não apenas quando este alívio possa trazer cura, mas também quando pode servir para procurar uma morte doce e tranqüila."

Alguns advogados brasileiros defendem a tese de que a vida é o intervalo entre o nascimento e a morte. A lei não conceitua a vida nem a morte, como também não estabelece exatamente seu começo e seu fim.
Segundo o advogado e professor Paulo Fernando Barbosa, a Lei Penal Brasileira proíbe a prática da eutanásia, considerando-a homicídio ou suicídio assistido, conforme o caso, com aplicação das penas previstas nos (Código Penal, art. 65-III-a e art. 121-§1º); (RTJSP, 41:346 e TJPR: Acrim 189, PJ, 32:201).

Considerado um dos países mais liberais do mundo, a Holanda foi a primeira nação a autorizar a prática da eutanásia, com lei aprovada em abril de 2002. Dez anos depois, apenas Bélgica e Luxemburgo criaram legislações para impedir a condenação dos médicos responsáveis por garantir a "prática da boa morte" a pacientes em estado terminal ou vítimas de doenças incuráveis. Na Suíça, uma prática semelhante é permitida - o suicídio assistido, que atrai centenas de pessoas de outros países no que passou a ser chamado de "turismo da morte".

O significado evoluiu ao longo dos anos e exigiu nomenclatura específica para designar condutas diferentes. O Conselho Médico Brasileiro esclarece que atualmente o ato é dividido em:

Eutanásia: Denominada morte boa, ou homicídio piedoso, em que se mata alguém para abreviar o sofrimento de uma agonia dolorosa e prolongada. No Brasil a eutanásia configura crime, punida como homicídio privilegiado.

Distanásia: É o prolongamento artificial do processo de morte e, por consequência, prorroga também o sofrimento da pessoa. O desejo de recuperação do doente a todo custo, ao invés de ajudar ou permitir uma morte natural acaba prolongando seu sofrimento.

Ortotanásia: Significa morte pelo processo natural. Neste caso o doente já está em processo natural da morte e recebe uma contribuição do médico para amenizar o sofrimento do paciente, mesmo que a consequência venha a ser indiretamente a morte do enfermo, explica o advogado Paulo Barbosa.

A Igreja Católica por sua vez, esclarece que já existe, há muito tempo, uma orientação do Vaticano para que a decisão dos médicos, desde que dentro dos dogmas das leis, seja acatada pelos católicos.

Para a Igreja, o maior pecador não é o enfermo e sim o executor que está indo contra á dádiva divina. “Nós católicos, cremos que o homem, por ser criado à imagem e semelhança de Deus, foi criado com a capacidade de aceitar ou rejeitar sua graça. Como os anjos, podemos escolher entre fazer a vontade de Deus ou satisfazer as nossas próprias inclinações egoístas ou, dito em outras palavras, pecar. Logo, só de nós depende”, afirma Padre Paulo Sérgio.

No Brasil uma das decisões tomadas entre médicos e pacientes é o testamento vital, documento pessoal e intransferível cujo objetivo é fazer valer as decisões individuais relativas a tratamentos médicos em um quadro terminal, porém não é amparado por lei.

Na Europa e Estados Americanos, o assunto e aprovação variam muito. Alguns países toleram a prática de permitir ou autorizar um doente terminal ou desenganado a morrer sem dor, mas o tema ainda carrega forte tabu e muitos países retrocederam em sua atitude de aprovar uma legislação para regulamentar oficialmente a eutanásia.

quarta-feira, 12 de setembro de 2012

Brasil ganha destaque com cooperação técnica


Cooperação técnica Brasil / África.
O Brasil ganha destaque no cenário global, e vem atuando para o desenvolvimento e doação de recursos a países pobres, a partir do mecanismo da cooperação técnica e financeira internacional.
De acordo com a Agência Brasileira de Cooperação (ABC), o país pode ser descrito como uma nação de crescimento econômico e inclusão social crescente, devido a esse progresso, vêm se empenhando em apoiar outros países da América Latina, Ásia e África, por meio de cooperação técnica.

“A cooperação técnica deve ser sempre entendida como um instrumento propulsor de mudanças estruturais, uma vez que a mesma é assentada no desenvolvimento de capacidades e na promoção de autonomia local.” Afirma Márcio Corrêa, coordenador de Cooperação Técnica Multilateral.

Segundo pesquisa do Jornal Le Monde Diplomatique Brasil, de 2005 a 2009 foram doados US$ 1,88 bilhões e, de acordo com o IPEA (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada), houve um crescimento de 50% na contribuição para o desenvolvimento prestado pelo Brasil, nesse período.

“O IPEA está envolvido na realização de uma nova pesquisa sobre esses fluxos. Nessa nova pesquisa, avançamos no aprimoramento do método de levantamento para que possibilite o conhecimento sobre a estrutura do sistema brasileiro de cooperação para o desenvolvimento internacional. Esses métodos estão integrados e fortalecem-se mutuamente por permitir leituras críticas e mais refinadas da realidade da COBRADI (Cooperação Brasileira para o Desenvolvimento Internacional).”, explica João Brígido Bezerra Lima, Técnico em planejamento e pesquisa do IPEA.

O auxílio técnico cresceu muito. Somente na África, em 2010, foram concluídos trezentos projetos em 38 países,  desde a área de agricultura até o combate à AIDS.

“Para o Brasil, o crescimento da cooperação Sul-Sul não tem por objetivo substituir os fluxos de cooperação tradicional de países desenvolvidos para aqueles em desenvolvimento. A cooperação tem motivações próprias, que passam pelo entendimento de que desafios comuns podem ser enfrentados e superados pela troca de experiências e de capacidades, dentro de um espírito de solidariedade e respeito mútuo”, explica Márcio Corrêa.

No governo Lula, a cooperação aumentou consideravelmente e, em 2008, iniciou projetos mais ousados, chamados de estruturantes. Os maiores parceiros são: Embrapa, Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e SENAI, instituições que atuam nas áreas nas quais o Brasil mais desenvolve projetos de cooperação: agricultura (22%), saúde (16%) e educação (12%).
Segundo informações da ABC, dentre os agentes que motivaram o Brasil a ser um dos co-fundadores das Nações Unidas, incluía-se o diálogo entre os povos, essencial para a manutenção de um sistema internacional.

Mesmo com o destaque internacional, alguns desafios ainda precisam ser enfrentados. A necessidade de melhorias em pontos focais em países em desenvolvimento; a grande atomização de atores públicos e privados que atuam em cooperação internacional; a presença persistente de condicionalidades impostas por governos doadores/ instituições financeiras internacionais.
Sendo estabelecida uma política de cooperação internacional e integrando as iniciativas governamentais e da sociedade civil, essa tendência de contribuição poderá ultrapassar a casa dos U$$ 2 bilhões até 2015, segundo estimativas do IPEA e a ABC.