ACIM PRESS

domingo, 25 de novembro de 2012

Lixo eletrônico ainda tem seu descarte de forma errada

Cerca de 50 milhões de toneladas de resíduos eletrônicos são jogadas fora, todos os anos, pela população do mundo, e o descarte desse lixo tecnológico é feito, invariavelmente, de forma errada. Os resíduos eletrônicos já representam 5% de todo o lixo produzido pela humanidade.

O lixo eletrônico, também conhecido como e-lixo, é gerado pelas constantes mudanças tecnológicas dos computadores, celulares e aparelhos eletrônicos.

Toda hora surgem modelos novos, toda hora as pessoas estão trocando os aparelhos. Mas o que fazer com os velhos e ultrapassados?

Quando um equipamento apresenta defeito ou se torna obsoleto – ultrapassado - a tendência é as pessoas simplesmente jogarem fora como qualquer outro lixo, ou seja, no meio ambiente.

O professor Alex Luiz pereira pós-graduado em educação ambiental e parceiro da prefeitura de São Paulo, fala sobre o descarte correto do lixo eletrônico.



O Brasil produz 2,6kg de lixo eletrônico por habitante, o equivalente a menos de 1% da produção mundial de resíduos do mundo, porém, a indústria eletrônica continua em expansão.

Até 2013 espera-se que o número de computadores existentes no país dobre e chegue a 120 milhões de unidades. Deste total, 40% se encontram na forma de eletrodomésticos. Aqui no Brasil são fabricados por ano 10 milhões de computadores, e quase nada está sendo reciclado. Apenas de celulares e as baterias que são fabricadas através de componentes tóxicos, são 150 milhões.

Entrarão no mercado anualmente mais 80 milhões de celulares, mas somente 2% serão descartados de forma correta. Os outros 98% serão simplesmente guardados em casa ou despejados no lixo comum, criando ainda mais impacto ambiental.

O setor industrial aos poucos vem aprendendo a reciclar, principalmente porque o e-lixo pode gerar receita.

José Aparecido, técnico de qualidade e meio ambiente de uma grande empresa no setor industrial plástico explica como a empresa lucra com o descarte.

Jose Aparecido E-Lixo by Inel Almeida

O estado de São Paulo é um dos primeiros do país a se preocupar com a destinação desse lixo especializado.

Em julho de 2009, o governador josé serra sancionou a lei 13.576/09 para estabelecer regras para a reciclagem dos componentes eletroeletrônicos. Essa lei está sendo utilizá-la como modelo para uma lei federal, que ainda não existe.

Nela fica atribuída as empresas a responsabilidade pelos seus produtos durante toda a vida útil do aparelho. Com isso, o usuário terá ainda mais pontos de coleta de equipamentos, poderia cobrar por melhores serviços e a reciclagem ficaria garantida, tornando em longo prazo o produto mais barato para o consumidor final.

Mas desde 1980, com o –boom- dos eletrônicos o mundo todo parece andar preocupado com o assunto.

A convenção de Basiléia foi um tratado internacional firmado em 1989, que tem como objetivo fiscalizar o tráfico de lixo eletrônico no mundo.

Este lixo era enviado principalmente para os países asiáticos, e acabava sendo reciclado por uma mão-de-obra barata e pouco especializada.

A Basel Action Network - BAN - , uma organização sem fins lucrativos que também fiscaliza o fluxo de lixo tóxico no mundo dispõe em seu website, o www.ban.org, fotografias das cidades com o maior número de estações de reciclagem: em Guiyu - China, e Laos, na Nigéria.

Através dessas imagens é possível observar o tamanho do problema da reciclagem de materiais eletroeletrônicos e como a má disposição dos mesmos pode prejudicar o meio ambiente.

Mas o brasileiro está preparado para a reciclagem?

Tirando algumas iniciativas isoladas na educação, o Brasil ainda carece muito campanhas públicas para a conscientização da reciclagem de qualquer lixo.

Muita gente não reciclar por não saber dos perigos.

É o caso de Thiago Mendes – 23 anos - analista de operações financeiras - 23 anos, morador da grande São Paulo.

“Nunca imaginei que esse tipo de lixo podia fazer mal ao meio ambiente e as pessoas”, afirma Thiago.

Como vimos até aqui o caminho da reciclagem é obrigatório para o futuro da humanidade. Não há mais como ficar indiferente a isto.

Todos os setores devem se preocupar, participar e cobrar um dos outros atitudes que permitam construir uma sociedade de consumo consciente. Que saiba trabalhar com descarte e saiba encaminhando esse material para um local adequado.

Se você não conhece um lugar de descarte de lixo eletrônico, procure a prefeitura da sua cidade.

Ela tem o dever de te informar.

sábado, 10 de novembro de 2012

Famílias deixam de ir aos estádios

FAMÍLIA DONZETI - "Em Santos ainda conseguimos
ir juntos ao estádio"
Pais e filhos nos estádios estão cada vez mais raros por conta da violência que vem sendo disseminada pelas torcidas organizadas. Em São Paulo o Ministério Público e os órgãos responsáveis pelos jogos - Policia Militar, Federação Paulista e os Clubes de Massa - têm tomado medidas que não parecem suficientes para dar fim ao problema. Brigas são marcadas pela internet, torcedores emboscados e cada vez mais a violência sai do em torno dos estádios para ganhar outros “ringues” pela cidade.


Desde 1995, após a batalha campal entre a torcida Mancha Verde e a Independente na Supercopa São Paulo de Juniores, que busca-se soluções para violência nos estádios. Hoje presenciamos que uma situação, antes localizada na Capital Paulista, tomou conta de todos os Estádios do Brasil.

O promotor Roberto Senise Lisboa, da Promotoria do Consumidor, já pediu, à Justiça, a extinção de quatro torcidas organizadas suspeitas de participar de brigas e a proibição de torcedores, envolvidos em confrontos, de frequentarem estádios de futebol.

“Na época, em maio de 2012, o pedido foi contra as torcidas organizadas Gaviões da Fiel, do Corinthians, Mancha Alviverde, do Palmeiras, e Fúria Independente e Guerreiros da Tribo, ambas do Guarani, de Campinas. Mas infelizmente não estamos conseguindo avançar”, relata o defensor público.

Muitos jornalistas da imprensa especializada são a favor de banir as torcidas organizadas, como é o caso do comentarista da Jovem Pan e apresentador do Mesa Redonda da TV Gazeta, jornalista Flávio Prado.

“Lugar de marginal é na cadeia. Eles só estão soltos por incompetência da Policia Militar e conivência de políticos e diretores de Clubes. Se um dia os órgãos públicos quiserem acabar com a violência eles acabam”, sentencia o jornalista.

Mas e o verdadeiro torcedor, o real interessado, o que pensa disso?

Ângelo Ambrósio Lorenzo, 38 anos, Administrador de Empresa, pai de dois meninos, 12 e 8 anos, torcedores do Palmeiras, declara fim as idas ao estádio. “Não tenho como colocar a integridade de minha família em risco. Prefiro enfeitar toda a casa e transformá-la em um cantinho do estádio, com amigos palmeirenses e até dos outros times, a correr perigo de levar uma pilhada na cabeça, como aconteceu com um vizinho meu”, declara o torcedor.

Já para o aposentado Luiz Santos Faria, 65 anos, o perigo não está mais dentro dos estádios, e sim fora, no caminho. “Os vândalos sabem que se fizerem algo dentro do estádio a penalidade dada ao Clube será alta, então esses verdadeiros marginais transformam o caminho do estádio em praça de guerra. Em 2008, eu estava com meus netos estacionando o carro e vi uma torcida organizada do Corinthians, uns 30 integrantes, massacrando um torcedor santista só porque este não queria tirar a camiseta do time. Essa covardia me repugnou e resolvi voltar para casa e nunca mais frequentar estádios”, decreta o avô corintiano.

Investigações do DECRADI - Delegacia e Crimes Raciais e Delitos e Intolerância - mostram que os líderes das torcidas usam olheiros para monitorar onde estão os rivais e então planejar ataques. "O criminoso se sente protegido em meio ao seu bando, pela sensação de anonimato. A internet também é bastante usada", explica o coronel da reserva Marcos Marinho de Moura, que desde 2006 tenta organizar um cadastro com os nomes e fotos de todos os membros das torcidas organizadas para a Federação Paulista de Futebol, iniciativa que parece fadada ao esquecimento.

Voto facultativo divide eleitores

O número de brasileiros que apoiam o voto facultativo é cada vez maior. É o que mostra a mobilização popular na internet, onde vários sites colhem assinaturas para o abaixo-assinado contra o voto obrigatório.

Os defensores do voto facultativo se baseiam na última pesquisa Datafolha sobre o assunto, feita em maio de 2010, onde 48% dos entrevistados são favoráveis e 48% são contrários ao voto obrigatório. Na pesquisa anterior, feita em dezembro de 2008, a obrigatoriedade registrava de 53% a favor e 43% contra.

Em outra pesquisa, feita 14 dias após as eleições de 2010, foi diagnosticado um grave problema de memória no eleitor brasileiro. Mais de 30% dos eleitores já não lembravam em que deputado havia votado e 28% não lembravam em qual senador tinha depositado sua confiança.

O Historiador Bruno Isaías da Silva, especializando em História Militar pela Universidade do Sul de Santa Catarina e Instituto de Geografia e História Militar do Brasil IGHMB,acha que, com o fim da Ditadura Militar, o voto obrigatório era uma das formas mais claras de legitimar a Democracia. “O voto obrigatório tinha a função de universalizar o direito do cidadão e o obrigava a participar na vida política-pública brasileira”, diz o Professor.

Para alguns especialistas o voto obrigatório já não tem mais a mesma função de 20 anos, para eles o eleitor amadureceu e o voto facultativo teria mais sentido. O Professor Bruno explica que a sociedade atual está criando um novo olhar sobre a democracia. “A descrença política e a incapacidade de mobilização aumenta o desinteresse político. O eleitor não acha que seu voto possa mudar alguma coisa”, argumenta o pesquisador.

Ele ainda acrescenta que a reforma política deveria ter como principio o voto distrital, que também colocaria o eleitor e o político mais próximos, retirando do voto o peso negativo atual.

Para o Senhor Sebastião Romano, ex-taxista - 76 anos - que já não precisa mais votar, a obrigatoriedade deve continuar: “Só dessa maneira as novas gerações criarão o mesmo hábito que o meu, o de ir as urnas exercer minha cidadania”, argumenta o aposentado. O não votar também pode ser encarado como uma posição consciente, como explica Madger Damião, que prefere justificar a ir às urnas.

O testador de games - 26 anos - morava em Osasco e se mudou para Jandira. “Já poderia ter mudado meu domicílio eleitoral, mas prefiro justificar. Não me sinto representado por esses políticos atuais”, afirma o jovem.

A tentativa, em 2010, da nova reforma eleitoral mudar o voto de obrigatório para facultativo pode ter falhado, mas as mobilizações dos que querem ver seus direitos respeitados, não para.

Os dois principais sites, coletores de assinaturas para o abaixo-assinado contra o voto obrigatório, são: WWW.ABAIXOASSINADO.ORG e WWW.PETICAOPUBLICA.COM.BR.