ACIM PRESS

sábado, 10 de novembro de 2012

Famílias deixam de ir aos estádios

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FAMÍLIA DONZETI - "Em Santos ainda conseguimos
ir juntos ao estádio"
Pais e filhos nos estádios estão cada vez mais raros por conta da violência que vem sendo disseminada pelas torcidas organizadas. Em São Paulo o Ministério Público e os órgãos responsáveis pelos jogos - Policia Militar, Federação Paulista e os Clubes de Massa - têm tomado medidas que não parecem suficientes para dar fim ao problema. Brigas são marcadas pela internet, torcedores emboscados e cada vez mais a violência sai do em torno dos estádios para ganhar outros “ringues” pela cidade.


Desde 1995, após a batalha campal entre a torcida Mancha Verde e a Independente na Supercopa São Paulo de Juniores, que busca-se soluções para violência nos estádios. Hoje presenciamos que uma situação, antes localizada na Capital Paulista, tomou conta de todos os Estádios do Brasil.

O promotor Roberto Senise Lisboa, da Promotoria do Consumidor, já pediu, à Justiça, a extinção de quatro torcidas organizadas suspeitas de participar de brigas e a proibição de torcedores, envolvidos em confrontos, de frequentarem estádios de futebol.

“Na época, em maio de 2012, o pedido foi contra as torcidas organizadas Gaviões da Fiel, do Corinthians, Mancha Alviverde, do Palmeiras, e Fúria Independente e Guerreiros da Tribo, ambas do Guarani, de Campinas. Mas infelizmente não estamos conseguindo avançar”, relata o defensor público.

Muitos jornalistas da imprensa especializada são a favor de banir as torcidas organizadas, como é o caso do comentarista da Jovem Pan e apresentador do Mesa Redonda da TV Gazeta, jornalista Flávio Prado.

“Lugar de marginal é na cadeia. Eles só estão soltos por incompetência da Policia Militar e conivência de políticos e diretores de Clubes. Se um dia os órgãos públicos quiserem acabar com a violência eles acabam”, sentencia o jornalista.

Mas e o verdadeiro torcedor, o real interessado, o que pensa disso?

Ângelo Ambrósio Lorenzo, 38 anos, Administrador de Empresa, pai de dois meninos, 12 e 8 anos, torcedores do Palmeiras, declara fim as idas ao estádio. “Não tenho como colocar a integridade de minha família em risco. Prefiro enfeitar toda a casa e transformá-la em um cantinho do estádio, com amigos palmeirenses e até dos outros times, a correr perigo de levar uma pilhada na cabeça, como aconteceu com um vizinho meu”, declara o torcedor.

Já para o aposentado Luiz Santos Faria, 65 anos, o perigo não está mais dentro dos estádios, e sim fora, no caminho. “Os vândalos sabem que se fizerem algo dentro do estádio a penalidade dada ao Clube será alta, então esses verdadeiros marginais transformam o caminho do estádio em praça de guerra. Em 2008, eu estava com meus netos estacionando o carro e vi uma torcida organizada do Corinthians, uns 30 integrantes, massacrando um torcedor santista só porque este não queria tirar a camiseta do time. Essa covardia me repugnou e resolvi voltar para casa e nunca mais frequentar estádios”, decreta o avô corintiano.

Investigações do DECRADI - Delegacia e Crimes Raciais e Delitos e Intolerância - mostram que os líderes das torcidas usam olheiros para monitorar onde estão os rivais e então planejar ataques. "O criminoso se sente protegido em meio ao seu bando, pela sensação de anonimato. A internet também é bastante usada", explica o coronel da reserva Marcos Marinho de Moura, que desde 2006 tenta organizar um cadastro com os nomes e fotos de todos os membros das torcidas organizadas para a Federação Paulista de Futebol, iniciativa que parece fadada ao esquecimento."
FAMÍLIA DONZETI - "Em Santos ainda conseguimos
ir juntos ao estádio"
Pais e filhos nos estádios estão cada vez mais raros por conta da violência que vem sendo disseminada pelas torcidas organizadas. Em São Paulo o Ministério Público e os órgãos responsáveis pelos jogos - Policia Militar, Federação Paulista e os Clubes de Massa - têm tomado medidas que não parecem suficientes para dar fim ao problema. Brigas são marcadas pela internet, torcedores emboscados e cada vez mais a violência sai do em torno dos estádios para ganhar outros “ringues” pela cidade.


Desde 1995, após a batalha campal entre a torcida Mancha Verde e a Independente na Supercopa São Paulo de Juniores, que busca-se soluções para violência nos estádios. Hoje presenciamos que uma situação, antes localizada na Capital Paulista, tomou conta de todos os Estádios do Brasil.

O promotor Roberto Senise Lisboa, da Promotoria do Consumidor, já pediu, à Justiça, a extinção de quatro torcidas organizadas suspeitas de participar de brigas e a proibição de torcedores, envolvidos em confrontos, de frequentarem estádios de futebol.

“Na época, em maio de 2012, o pedido foi contra as torcidas organizadas Gaviões da Fiel, do Corinthians, Mancha Alviverde, do Palmeiras, e Fúria Independente e Guerreiros da Tribo, ambas do Guarani, de Campinas. Mas infelizmente não estamos conseguindo avançar”, relata o defensor público.

Muitos jornalistas da imprensa especializada são a favor de banir as torcidas organizadas, como é o caso do comentarista da Jovem Pan e apresentador do Mesa Redonda da TV Gazeta, jornalista Flávio Prado.

“Lugar de marginal é na cadeia. Eles só estão soltos por incompetência da Policia Militar e conivência de políticos e diretores de Clubes. Se um dia os órgãos públicos quiserem acabar com a violência eles acabam”, sentencia o jornalista.

Mas e o verdadeiro torcedor, o real interessado, o que pensa disso?

Ângelo Ambrósio Lorenzo, 38 anos, Administrador de Empresa, pai de dois meninos, 12 e 8 anos, torcedores do Palmeiras, declara fim as idas ao estádio. “Não tenho como colocar a integridade de minha família em risco. Prefiro enfeitar toda a casa e transformá-la em um cantinho do estádio, com amigos palmeirenses e até dos outros times, a correr perigo de levar uma pilhada na cabeça, como aconteceu com um vizinho meu”, declara o torcedor.

Já para o aposentado Luiz Santos Faria, 65 anos, o perigo não está mais dentro dos estádios, e sim fora, no caminho. “Os vândalos sabem que se fizerem algo dentro do estádio a penalidade dada ao Clube será alta, então esses verdadeiros marginais transformam o caminho do estádio em praça de guerra. Em 2008, eu estava com meus netos estacionando o carro e vi uma torcida organizada do Corinthians, uns 30 integrantes, massacrando um torcedor santista só porque este não queria tirar a camiseta do time. Essa covardia me repugnou e resolvi voltar para casa e nunca mais frequentar estádios”, decreta o avô corintiano.

Investigações do DECRADI - Delegacia e Crimes Raciais e Delitos e Intolerância - mostram que os líderes das torcidas usam olheiros para monitorar onde estão os rivais e então planejar ataques. "O criminoso se sente protegido em meio ao seu bando, pela sensação de anonimato. A internet também é bastante usada", explica o coronel da reserva Marcos Marinho de Moura, que desde 2006 tenta organizar um cadastro com os nomes e fotos de todos os membros das torcidas organizadas para a Federação Paulista de Futebol, iniciativa que parece fadada ao esquecimento.

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